Pra fechar com chave de ouro a temporada de listas e seguirmos em frente com a programação normal, vamos com o que de melhor rolou lá fora nos últimos dez anos. Desta vez, após votações da equipe, fechamos os 10 melhores discos da década. Antes do nosso top 10 apresentaremos alguns álbuns bem votados que entram como menções honrosas.
Menção Honrosa: Joey Bada$$ – B4D4$$ (2015):
Grande álbum de um dos mais hábeis MCs a surgir na década, perfeito pros amantes da “golden era”.
Menção Honrosa: Kendrick Lamar – DAMN (2017):
É Kendrick Lamar, com seu disco de maior sucesso comercial que rendeu ao MC um prêmio pulitzer, só isso.
Menção Honrosa: Kendrick Lamar – Section .80 (2011):
Mais uma vez Kendrick, que embora não seja tão lembrado, teve em sua estreia um disco impressionante. A quem já esqueceu, volte a contemplar esta obra.
Menção Honrosa: Run The Jewels – Run The Jewels 2 (2014):
Álbum criminosamente subestimado. Dois artistas incríveis colaborando num dos projetos mais excitantes da última década.
Menção Honrosa: Vince Staples – Summertime 06′ (2015):
Álbum de estreia do liricista, e um dos melhores storytellings recentemente lançados. Obra com uma pegada cinematográfica.
10. Mac Miller – Swimming (2018):
Swimming ganha novos ares e sentimentos com a morte extramente precoce e triste do rapper, mas por si só também se sustenta como um grande projeto. O álbum é uma viagem de introspecção como só Mac conseguia fazer. Nele temos medos expostos, esperanças de melhora, tristezas, felicidades, tudo embalado por ótimas produções de sonoridades lindíssimas. É uma pena como tudo tenha terminado.
-ASCENCIO
09. Tyler, The Creator – Flower Boy (2017):
Como eu disse na review do álbum, Tyler conseguiu explorar o que ele mais “detesta”, sua amplitude vocal e explorou seus convidados de forma genial. Focando em sentimentos e produção musical como sempre (traz mais uma vez uma sonoridade intimista, porém ainda inovadora), um belíssimo trampo.
– Shaq
08. Freddie Gibbs & Madlib – Piñata (2014):
A união de um MC gangsta do underground com um produtor amplamente reconhecido por sua estética experimental pode soar como uma ideia arriscada… mas aqui a recompensa foi alta. A química da dupla MadGibbs é imensa, com produção, liricismo e flows sempre em altíssimo nível se completando de forma muito rara em álbuns de parceria. A forma cinematográfica com que Gibbs conta histórias de sua vivência, ao lado da produção com elementos de soul, jazz e funk guiando o MC tornam essa obra uma das mais consistentes da década, com alta qualidade do início ao fim.
-JH
07. Drake – Take Care (2011):
O que era pra ser um álbum de passagem acabou se tornando o clássico da carreira de Aubrey. Em Take Care Drake vivia seu auge mental e criativo, quando o objetivo era entregar o melhor projeto possível (e não uma tentativa imparável de entregar hits pop, como foi na segunda metade da década). A profundidade sentimental das letras, a forma com que a voz é explorada, – algo pouco utilizada no rap até então – e a produção impecável do disco o tornaram um marco na história do hip hop, colocando Drake no topo do game e dando o grande passo em direção à sonoridade que definiria a década.
-JH
06. Kanye West – Yeezus (2013):
Após anos no topo no mundo, com seu magnum opus My Beautiful Dark Twisted Fantasy e o imenso momento que foi a parceria com Jay-Z em Watch The Throne, Kanye voltou ao que faz de melhor: experimentar e exercitar sua criatividade. Com um som bem inovador pra um artista mainstream e influencias fortes em industrial e eletrônica, Kanye trouxe em Yeezus seu álbum mais controverso, seja do ponto de vista lírico – onde em alguns momento o rapper chega a ser até repugnante; ou do ponto de vista da qualidade, onde o álbum foi votado como o mais superestimado de 2013… e também foi o escolhido pelo público para álbum mais subestimado do ano. O projeto mais divisivo que vimos na década.
-JH
05. J. Cole – 2014 Forest Hills Drive (2014):
Jermaine nos entregou aqui o melhor trampo que ele possivelmente pode fazer (até o momento) tanto como produtor, com uma versatilidade absurda, quanto como rapper, tocando em uma miríade de temas que envolve o cotidiano do “young black male”, desde a falta de grana à primeira vez que uma mina te dá uma condição. 2014 foi de fato um bom ano.
– Shaq
04. Kids See Ghosts – Kids See Ghosts (2018):
Um momento sempre esperado com a carreira dos dois caminhando tão juntas, Kanye West e Kid Cudi finalmente se juntaram num projeto. Kids See Ghosts é um marco acima de tudo na vida de ambos, após ambos terem passado tempo na reabilitação devido a problemas de saúde mental, sendo esse o tema principal do álbum. Com grande infusão de rock e uma produção sem nada semelhante no rap, o álbum é uma tentativa dos dois de expulsarem seus demônios – ou aprenderem a conviver com eles. E a execução, com um sempre extraindo o melhor do outro, não poderia ter sido melhor.
-JH
03. Kendrick Lamar – Good Kid, m.A.A.d City (2012):
Foi em 2012, com Good Kid, M.A.A.D City, que o grande público começou a reconhecer Kendrick Lamar não mais como uma promessa mas como a realidade materializando-se no melhor MC de nossa contemporaneidade. O primeiro grande álbum de estúdio do K-Dot no mainstream nos ambientaliza numa Compton ao mesmo tempo perigosa e familiar, amaldiçoada e esperançosa, fadada à morte porém extremamente viva. Nela o jovem Kendrick se vê em meio a erros e acertos mas, principalmente, amadurece. Estética e sonoricamente é o melhor que o estilo West Coast tem a oferecer, Kenny entrega seu cartão de visitas completo, com todas suas habilidades técnicas, seja no domínio de seus vocais ou de sua caneta. Amém King Kendrick.
-ASCENCIO
02. Kanye West – My Beautiful Dark Twisted Fantasy (2010):
O disco da redenção de Kanye, após o isolamento e o ódio universal causado por sua polêmica com Taylor Swift no VMA de 2009, My Beautiful Dark Twisted Fantasy é o melhor álbum do dono da melhor discografia da história do rap. O álbum traz uma lista estelar de colaboradores, com produção impecável e versos memoráveis. É o ápice do pop-rap com infusão de ritmos como rock, indie, lo-fi e diversos outros, trazendo desde posse cuts pra impressionar os mais velhos até hits pros mais novos dançarem. Tudo que se pede na música do século XXI está aqui.
-JH
01. Kendrick Lamar – To Pimp A Butterfly (2015):
Um concorrente válido para melhor álbum da história do rap, To Pimp A Butterfly é o melhor disco da década não do rap, mas de todos os gêneros. A infusão forte de jazz e funk (não como sample, mas na produção em si) por produtores incríveis, a história completamente cinematográfica (tal qual seu antecessor) e o storytelling impecável do rapper fazem do álbum um ponto de partida para qualquer um que queira conhecer mais o rap, a vivência negra nos Estados Unidos ou um dos maiores rappers da história.
-JH