O que mais chamou a atenção da Inverso em 2022? Fizemos um texto colaborativo para responder essa pergunta! Alguns integrantes compilaram 4 projetos (entre Álbuns, Singles, Eps e Mixtapes) para destacar, cada um com seu critério, o que de melhor rolou até agora.
Cada um também escreveu um parágrafo explicativo com a análise das produções do primeiro semestre do ano e suas escolhas. Fizemos uma thread no Twitter com a capa dos álbuns, mas, o parágrafo analítico você confere com exclusividade neste texto. Confira!
MT @CraqueMT | Álbum “Zulu Vol. 2: De Cesar a Cristo” – Zudizilla Single “Good times” – Ogoin e Linguini Álbum “Pele” – N.I.N.A. Single “Putaria 2000” – Puterrier e biggie diehlO rap nacional apresentou poucos bons lançamentos no primeiro semestre de 2022. O principal ponto para que isso ocorresse, na minha visão, é: A cada vez maior potencialidade comercial da cena mainstream, que gera um comodismo entre os que estão em evidência. Isso faz com que significativa parcela de artistas queiram repetir estilo do som que faz sucesso, gerando um ciclo vicioso. Por outro lado, esse contexto evidencia os bons lançamentos, aqueles criativos. Seja em estilos pouco explorados, como o “rndrill” da faixa Good Times e o “atabagrime” do carioca Puterrier, ou em execuções cuidadosas como nos álbuns de N.I.N.A. e Zudizilla. | |||
Ravi @ravifreitas | Single “Good times” – Ogoin e Linguini EP “PUXUTRIUH” – Vandal Single “Cansei” – Amanda Sarmento e Larinhx EP “Tunnelrunning” – Chediak O começo de 2022 já foi mais agitado que os últimos dois anos. Os nomes mais conhecidos do rap voltaram a lançar (dentro e fora do Brasil, com destaque pra Kendrick, Lupe, Pusha e Kamau), mas o que realmente impressiona – e avança a criatividade da música – sempre rola no underground. Por isso, com esse foco, esses foram os 4 trabalhos que mais ouvi no ano até agora: Vandal – Puxutriuh, Ogoin & Linguini – Good Times, Amanda Sarmento & Larinhx – Cansei, Chediak – Tunnelrunning | |||
Z @Gdiamanttino | Álbum “Mr. Morale & the Big Steppers” – Kendrick Lamar Álbum “Few Good Things” – Saba Álbum “Deathfame” – Quelle Chris Álbum “Ramona Park Broke My Heart” – Vince StaplesO primeiro semestre de 2022 é, de fato, um semestre encantador. Gigantes da música voltando aos holofotes, lançando álbuns, acertando, errando, exercitando a música. O final de 2021 já havia sido bem interessante com lançamentos como Donda, mas agora temos Kendrick, Drake, Nas, Snoop, Eminem e muitos outros artistas, além dos que agora estão conseguindo enfim os frutos do trabalho durante o período da pandemia. Se internacionalmente é assim, dentro do Brasil os destaques ficam em torno de lançamentos pontuais e singles, sem nenhum trabalho longo muito inesquecível. Para além disso, o que me é mais fascinante no período é a criação de uma certa tendência temática que pode ser sintetizada como “homens lidando com seus traumas e angústias”. O futuro deve ser promissor. | |||
Gust @zgustx | Álbum “Black Radio 3” – Robert Glasper Álbum “Few Good Things” – Saba Álbum “Melt my eyez see your future” – Denzel Curry Single “Tudo Eu” – Amiri O ano de 2022 apresenta um contexto bastante diferente para o rap nacional. Depois de 2 de uma pandemia que afeta gravemente o setor cultural, estamos lentamente retornando à normalidade. O que necessariamente faz o mainstream voltar seus olhos para as convenções mercadológicas e vendáveis e o underground juntar suas forças para continuar fazendo sua arte inspiradora. Por isso, ficamos na falta de lançamentos de grande alcance em 2022 dentro do nosso país. Portanto, o destaque deste primeiro semestre ainda fica para os lançamentos internacionais, que cada vez demonstra a consolidação de nomes como Saba e Denzel Curry e mostra que veteranos como Robert Glasper e Pusha T ainda têm a força de sempre. | |||
João Augusto @joaaugs | Single “Sprint” – ruadois Single “Good Times” – Ogoin e Linguini Single “Cash in cash out” – Pharrell, 21 Savage e Tyler, the Creator Álbum “Melt my eyez see your future” – Denzel Curry Durante este primeiro semestre eu ouvi bastante musicas que se relacionam com os meus gostos pessoais e com o que eu acredito na musica. Sprint representa pra mim o que é o que eu gosto e procuro, eu gosto da velocidade e da textura desse som. Good Times é o meu lado sentimental, que transforma o comum no belo. O álbum do Denzel Curry é o único álbum recente que eu revisito com frequência, ouvindo toda semana. E por ultimo, a combinação entre Pharrell, 21 Savage e Tyler, the Creator é algo único e os mcs entregam bons versos numa musica chiclete. | |||
Lucas Inácio @redescobrerap | Álbum “Mr. Morale & the Big Steppers” – Kendrick Lamar Álbum “Drill Music in Zion” – Lupe Fiasco EP “Isso” – Slim Rimografia e Kamau (SKiT) Álbum “Black Radio 3” – Robert Glasper O que me chama a atenção é que 2022 finalmente está consolidando no palco a carreira de vários artistas que plantaram sementes em 2020 e 2021, mas que só puderam colher agora com a normalização dos shows e grandes festivais. Isso resultou no lançamento de muitos álbuns bons aqui no Brasil e lá fora, com o retorno de gigantes da música internacional como Kendrick Lamar e, em breve, Beyoncé. Pessoalmente, foi um semestre feliz para esse fã de rap jazz que viu três de seus maiores ídolos internacionais lançarem, além do ótimo trabalho apresentado por Zudizilla,Kamau e Slim Rimografia, na mesma vertente, aqui no Brasil. | |||
Matheus Malerbo @guywithbadideas | Álbum “Zulu Vol. 2: De Cesar a Cristo” – Zudizilla Álbum “Its Almost Dry” – Pusha-T Álbum “God Don’t Make Mistakes” – Conway The Machine EP “PUXUTRIUH” – VandalConway dropou o melhor álbum de sua carreira, Pusha retornou aos holofotes em grande estilo, Vandal é destaque mesmo apenas com um EP de três músicas. Num mundo onde Kendrick Lamar ainda não lançou, o melhor lançamento até então fica por conta de Zudizilla, que fincou de vez, seus pés no panteão principal do rap nacional com “Zulu vol. 2”. | |||
Gabu @itsugabu | Single “Daria um Livro” – Murica Single “Comunista Elegante” – Yago Oproprio Single “Bom dia vietnã 2” – Puro Suco Single “Tudo eu” – AmiriFãs de Rap foram muito bem servidos nesta primeira metade do ano. Do underground ao mainstream, da cena br à internacional, lançamentos de qualidade pipocaram para todos os gostos. Pelos meus alto-falantes teve muito Murica tornando o skateboard crime de novo em Brasília, Yago Oproprio esbanjando elegância e um Amiri de coração partido. Também já virou regra aqui em casa começar o dia acordando pra cuspir ao som do último single de Puro Suco. |