Melhores Álbuns (NACIONAIS) da Década (2010 – 2019) – PARTE 1

20. Filipe Ret – Audaz (2018):

Fechando a trilogia, em 2018, Ret lançou o aclamado Audaz que conclui as ideias de libertário pregadas em Vivaz, porém num tom mais “limpo” e muito mais maduro que seus irmãos mais velhos (especialmente Revel). Como sempre, Ret se foca em batidas mais melódicas e varia a delivery de forma a casar harmonicamente com os instrumentais (destaque pras produções do Dallas), resultando em algo que ele já fez, porém melhor e mais bem feito.

-Shaq

19.  Djonga – Ladrão (2019):

Com seu terceiro álbum em três anos, em Ladrão Djonga segue suas marcas: flow bem colocado, wordplays em abundância e caneta afiada pra questões de racismo, além de falar sobre família e amor. Embora não tenha praticamente nada de inovador com relação a seus discos anteriores, Ladrão ainda é um disco com muitas mensagens e algumas faixas de muito destaque.

-JH

18. Rashid – Que Assim Seja (2012):

A mixtape do MC, lançada em meio à explosão do rap nacional em sucesso de público e crítica, é seu melhor trabalho até hoje. Além de lhe render indicações e fazer muito sucesso com “Quero Ver Segurar”, o projeto possui faixas de todos os tipos:  storytelling de altíssimo nível, como “Drama” (com marcante participação de Ogi), love songs, faixas cantáveis, e muitos bangers no maior estilo rua, que marcou o início da década. Ainda antes de entrar em suas ideias mais experimentais, Que Assim Seja é a obra mais diversa e completa do MC, trazendo excelentes faixas pra todos os gostos.

-JH

17. Rashid – A Coragem Da Luz (2016):

A Coragem Da Luz, ou se você preferir o To Pimp a Butterfly do Rashid, foi um projeto muito subestimado. Rashid viu seus amigos, Emicida e Projota, darem passos importantes em suas carreiras e resolveu fazer o seu. Investiu uma grana, tempo e talento e, em 2016, nos presenteou com o seu primeiro álbum de estúdio. Temos aqui uma produção puxada pro jazz única na década, de qualidade impecável, uma mix e master que dão gosto de ouvir; do lado do mc este tampouco desaponta, temos conceito, técnica e ótimas barras. A Coragem Da Luz merecia mais posições nesta lista assim como mais apreço pelo público.

-ASCENCIO

16. FBC – S.C.A (2018):

Apesar do FBC achar que eu odeie ele, diferente de Padrim, S.C.A é um dos álbuns mais bem trabalhados da década no rap nacional, sendo no seu ano, pra mim, o melhor. O álbum do mc mineiro trás grandes faixas como “Frank & Tikão”, “Sexo, Cocaína & Assassinatos” e “17 Anos”, uma das, para não falar a melhor, adaptação gringa para o rap nacional. Faixa atrás de faixa, S.C.A é vivência, papo de visão e barras, um grande trabalho.

-ASCENCIO

15. Victor Xamã – Janela (2015):

Victor Xamã, ao criar um projeto intimista a partir do qual compartilhou sua visão do mundo e a este, permitiu conhecer mais de si. Chamado de “Janela”, nome mais que apropriado, possui uma atmosfera única e lírica construída de forma brilhante, um marco por si só dentro do rap nacional, o primeiro projeto aclamado nacionalmente a vir do norte do país.

-Vinar

14. Síntese – Sem Cortesia (Vagando Na Babilônia / Em Busca de Canaã) (2012):

Primeiramente foda-se o Neto. Segundamente, uma missa em forma de álbum, mas diferente, um tanto quanto “mística”, essa foi a primeira impressão depois da ouvida de Sem Cortesia, com as composições do Léo (em sua maioria) e as produções muito características da Matrero (especialmente Moita). Abordando muito as questões da existência de uma forma esotérica (por falta de adjetivo melhor) “quebrando as prisões vibracionais e libertando as pessoas para a verdade do universo” como dito nos shows, essa atmosfera criada pela dupla (que lembra muito o Tim Maia na fase Racional) impulsionou demais esse disco.

-Shaq

13. Kamau – “…Entre…” (2012):

Kamau entregou aqui uma experiência pessoal, em “…Entre…” o MC paulistano nos apresenta rimas mais introspectivas e menos “felizes” que seus trampos anteriores. A intro declamada pelo Emerson Alcalde já seta o tom, seremos apresentados a visão do MC sobre si mesmo. A produção é pouco diversa em relação aos predecessores e também aos sucessores, se limitando a baterias e colagens, mas nada que atrapalhe a experiência, já a delivery do Kamau como sempre muito boa, o que disfarça a falta de potencia dos beats.

-Shaq

12. niLL – Regina (2017):

Regina é único no rap nacional. Trouxe consigo inúmeras inovações: rimas em vaporwave, uma introspecção até então nunca alcançada, conceitos e valores postos de forma mais simples e bela. Foi o melhor álbum do seu ano e sem dúvidas envelheceu muito bem, nunca perdendo sua essência e seu valor, pelo contrário, é sempre reconfortante ouvir novamente esse projeto de atmosfera e estética incomparável.

-ASCENCIO

11. Emicida- Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa (2015):

Em seu segundo álbum de estúdio, Emicida segue de onde parou em “O Glorioso Retorno”, com mistura de gêneros e utilização de elementos de forma semelhante, dessa vez trazendo a experiência negra no Brasil com uma profundidade que vai além de qualquer coisa que ele já tinha feito. Além do racismo na sociedade, nesse álbum Emicida se aprofunda nas vivências falando de outros temas comuns ao grupo, como a maternidade, as lutas, a amizade, e ancestralidade. Pode não ser a melhor obra do MC, mas é a que traz sua maior profundidade temática, além de faixas marcantes como “Mandume” e “Boa Esperança”, além de seu maior hit, “Passarinhos”.-JH

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