TOP 10 Álbuns (GRINGOS) de 2019

E ai seus ‘vou encher o saco do tio reaça no natal’, suave? Voltamos para a segunda lista da sequência, agora falando do que rolou pelo mundão afora. Aqui vão os 10 melhores álbuns segundo a equipe do site:

Dentre todos os lançamentos ouvidos, cada membro da equipe fez seu top 10 e os álbuns que mais pontuaram formam a lista final.

10. “So Much Fun”, de Young Thug:

Thugga voltou com mais um bom album (na verdade o primeiro, os outros trampos são mixtapes) que o garantiu a 10ª posição em 2019. O sucessor de Slime Language trouxe consigo novamente ótimas produções e um Young Thug como o diz o título, se divertindo, tal qual Snoop em “I Wanna Thank Me”. Jeffery como sempre tem um delivery muito bom e trouxe a prole (destaque pro Gunna) para a maioria das tracks que vão muito bem na pista e também nas playlists. Com a produção de algumas faixas e produção executiva do J.Cole é um bom album e abre muito bem nosso top 10.

Shaq

09. “The Plugs I Met”, de Benny The Butcher:

Na minha visão o grande lançamento low-key do primeiro semestre, que eu não teria ouvido se não fosse o Dead End Hip Hop. Benny o açougueiro, tal qual o seu stage name, retalha uma rimas de um jeito bem particular e preciso, o disco é curtinho e vale o play, destaque pra faixa com o Black Thought e outra com Pusha-T, coke rap de primeira linha.

Shaq

8. “Brandon Banks”, de Maxo Kream:

O homem está de volta, Maxo Kream nos entregou esse ano o crème de la crème do sul que já estamos acostumados, em Brandon Banks o MC do Texas rima sobre crime, prisão e as consequências de crescer sem pai. O disco é muito coeso e bem amarrado, com uma delivery característica do Maxo e uma historia de fundo muito bem montada.

Shaq

7. “Diaspora”, de Goldlink:

O trampo mais “musical” do ano, com muita referencias de afrobeats e alternando entre umas tracks de pista e umas pra playlist do preenchimento de água do alvéolos pulmonares das aves anatidae (afogar o ganso), Goldlink se arrisca em um par de rimas menos ritmadas aqui e acolá e não se enrola, mas o grande destaque fica pra produção (maioria das faixas assinadas pelo P2J) e pras participações, que vão do Khalid ao Tyler, passando por Kpopers entre outros.

Shaq

6. “Psychodrama”, de Dave:

O álbum de estreia do britânico emula uma conversa do rapper com seu psicólogo, onde ele faz um grande desabafo explorando problemas pessoais, familiares, raciais ou políticos, sempre com um delivery e flow excelentes. O rapper passa emoção sempre que necessário e envolve completamente o ouvinte mais atento, sendo de fato uma experiência, embora não seja o melhor disco para orelhadas mais casuais. Embora abrace uma variedade interessante de sonoridades, Psychodrama é um álbum para se ouvir o que o artista diz.

JH

5. “Ignorance Is Bliss”, de Skepta:

O já experiente e extremamente influente rapper britânico Skepta sucedeu seu maior álbum, Konnichiwa, com outro grande trabalho. Após levar o grime ao topo no UK e fazer a vertente se espalhar pelo mundo – com notória aparição no Brasil esse ano – o MC experimenta sons e temáticas mais diferentes no seu disco novo, trazendo influências desde o trap até o R&B dos anos 90 enquanto toca em diferentes assuntos nesse álbum com passagens por política a sua visão como um novo pai de família, sempre se destacando mais quando explora sua vulnerabilidade.

4. “IGOR”, de Tyler, The Creator:

O garoto florido está de volta e nos presenteou com mais um trabalho completo de produção e uma nova exploração de sua personalidade, dessa vez com uma peruca loira em formato de cuia e umas dança bem loca, Tyler, assim como em “Flower Boy” aproveitou de uma maneira muito distinta as participações e temos faixas pra todos os gostos, apesar de cada vez mais o MC estar se distanciando do rap mais “convencional”.

Shaq

3. “All My Heroes Are Cornballs”, de JPEGMafia:

No momento do gênero, onde cada vez mais temos sons genéricos e extremamente repetitivos se tornando os grandes hits, nós temos que louvar os artistas que ainda experimentam, que se permitem ousar e criar algo totalmente fora da caixa. Um dos maiores exemplos disso é o JPEGMafia, que depois do sucesso de “Veteran” foi ainda mais longe no seu sucessor. Em “All My Heroes Are Cornballs”,  Peggy ousou cantar, fazer cover de hit pop dos anos 90,  sem deixar de lado as barras e o seu estilo de produção que fizeram ser notado dentro do jogo. Meu favorito pessoal do ano

Vinar

2. “GREY Area”, de Little Simz:

O que mais chama a atenção é a atitude da artista britânica, que se põe como Jay-Z num dia ruim, Shakespeare no seu pior dia ou simplesmente Picasso com a caneta. O álbum traz diversas batidas explosivas, com o baixo tomando destaque que eu não via há muito tempo num álbum de rap; na outra mão, temos momentos vai introspectivos e com um tom mais baixo, onde em batidas que trazem elementos de jazz e neo-soul a MC se mostra desabafando sobre relacionamentos, luto ou solidão. Ao longo de 10 faixas não existe sequer uma  que se possa pular. Aqui as comparações feitas com Ms. Lauryn Hill ao longo da curta carreira de Little Simz se mostram bem justificadas. Esse álbum e essa rapper deveriam ser muito mais falados.

JH

1. “Bandana”, de Freddie Gibbs e Madlib:

They did it again. Após conquistarem juntos o público com o excelente Piñata, a dupla MadGibbs se reuniu para dar a esperada sequência com outro álbum incrível. Com Gibbs tendo mais alguns bons projetos no seu catálogo, o rapper eleva o nível da primeira colaboração seguindo sua essência de rapper gangsta, sempre tomando uma postura mais reflexiva acerca de seu passado e presente. Com MCs incríveis como Pusha T e Yasiin Bey chegando no álbum, pode-se dizer que nenhuma linha foi desperdiçada. E na produção simplesmente um dos maiores da história: Madlib sai um pouco da sua casinha e manda até beat de trap, mas segue durante o álbum todo com a qualidade que lhe é característica, passando a maior parte dele apostando em sua estética lo-fi. Bandana poderia render um filme.

JH

A Inverso é um coletivo dedicado a cultura Hip Hop e o seu lugar para ir além do comum.