Iai população, eu sou o VetdeFortal e tive a curiosa oportunidade de escrever sobre este álbum para entrar no site. Sim, hoje é minha estreia.
O rapper Orochi, ultimamente, criou muita expectativa em relação ao seu álbum “Celebridade”. Quando lançado, no dia 27 de março, chegou a ficar no topo dos Trends do Twitter, muito por conta de seu grande público. Entretanto, isso pode se tornar perigoso caso não satisfaça quem está ouvindo e, quanto maior o alcance, a crítica pode vir na mesma intensidade.
Farei uma comparação a um mar calmo, representando os beats lineares que parecem ser os mesmo por todo álbum, Orochi pega o feeling do instrumental e consegue fazer uma estética agradável de se ouvir, é como nadar a braçada um mar calmo, mas uma hora cansa. Existe água em abundância durante 15 faixas, e em “Isso Que É Arte” e “Vermelho Ferrari”, o rapper já cansou só pelo mais do mesmo de todas as faixas até então. Já a partir da track “Antes do sol nascer” esse mesmo mar começa a ficar raso, porém, Orochi não se permite levantar, está engolindo muita água e se afogando no conformismo, conseguimos perceber quando esperamos vir, da produção, algo muito bom e, ao chegar Papatinho, temos um esforço ineficiente com um violão tocando acústico. Isso grave para um rapper com um potencial tão grande, mas que não sabe ser aproveitado de forma eficaz.
No hit “Balão”, Orochi consegue respirar e percebemos que “Celebridade” deveria ter mais da agradável sensação que o single trás. O melhor ficou pro final, realmente essa faixa é muito boa, mas o fato de esperar 13 faixas para ouvir um único single bom, não eleva quase em nada a qualidade desse projeto. Em “Nova Colônia” terminamos o projeto no mesmo limbo de mesmice, fazendo a track anterior parecer ter caído de paraquedas, só por necessidade de estar ali, sendo ela um single.
Tentei muitas vezes, por uma busca que se demonstrou utópica, encontrar mais pontos positivos no álbum. Várias audições frustradas em todas tentativas. Para uma estreia, o desgaste já foi enorme, por conta de um álbum longo com faixas que se parecem idênticas, com a mesma estética de sua zona de conforto. Se tivesse a oportunidade, perguntaria a Orochi o que aconteceu, qual limitação esse artista enfrentou e se estagnou durante o processo de criação do álbum, porque todas as linhas são as mesmas e, talvez, a resposta seja a pressa, o amigo ideal para um produto final fraco.
O grande problema foi ter músicas demais. “Celebridade” até conta com produtores bons, mas não suficientes pra salvar esse trampo. Boto fé que Orochi tem muito a apresentar, demonstrando sua qualidade, mas, para isso, se faz necessário um reposicionamento do MC, buscar um público alvo que seja crítico e que não o mime.
Com mais de dois milhões de seguidores no Instagram, Orochi, nascido nas batalhas de rima do Tanque, local próximo de onde morava na Vila Lage, em São Gonçalo, não imaginava que chegaria tão longe. Mas, infelizmente, há uma barreira de criatividade forçando o rapper a entregar um álbum repleto de frases genéricas que todo adolescente fala. É frustrante ver um artista com tanto talento entregando um trampo que não agrade. Enfim, a melhor parte do álbum é quando termina.